sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Cérebro!

Cut scene de Fatal Frame 2
Resident Evil, Silent Hill, Fatal Frame, Alan Wake… Esses nomes te lembram alguma coisa? Claro, essa semana tivemos a alegria mórbida dos vivos, com a típica comemoração norte-americana do Halloween, bem como um dia dedicado à lembrança dos mortos, e foi pensando nos mortos-vivos que o Ludosofando resolveu trazer um texto com memórias de alguns dos principais games de terror da história.

A série de games mais conhecida do gênero, com adaptações para o cinema, quadrinhos e livros, é mesmo Resident Evil, de Shinji Mikami. Desde a época do Playstation 1, a febre de 42º era estourar os miolos dos inúmeros zumbis da mansão macabra da Floresta de Raccon, onde indícios de canibalismo levam um grupo de agentes policiais a averiguarem a situação. Na pele de Jill Valentine e Chris Redfield, vivemos momentos de suspense e terror genuínos, com direito a vidraças estilhaçadas por cachorros mortos-vivos, corvos no melhor estilo Alan Poe e puzzles dotados de armadilhas inusitadas e sanguinolentas. Um dos primeiros quebra-cabeças estava num piano e o desafio era completar uma partitura de “Claire de Lune”, de Beethoven (totalmente inusitado). Em seguida, surgiram várias sequências inesquecíveis, culminando com o mais recente Resident Evil 5 que foi ambientado na África e causou polêmica ao representar os africanos como zumbis.


A segunda série mais conhecida é Silent Hill, um raro caso de um game bem adaptado para o cinema. Sempre com ambientes que exageram nas sombras, na escuridão e nas sonoridades obscuras e imersivas, Silent Hill soube criar o clima de terror em várias sequências, como Silent Hill 3 do Playstation 2. Um trecho muito interessante do game é o parque de diversões assombrado, com direito à Casa do Terror, esqueletos despencando do teto e sustos de traumatizar qualquer gamer principiante.

Dos jogos mais recentes, Fatal Frame é um dos títulos louváveis, pois trabalha o terror psicológico tipicamente oriental que fez o sucesso de filmes como O chamado. No game, espíritos se mostram diante das objetivas fotográficas e a câmera é a única arma à disposição para capturar os espíritos do mal. Siren: blood curse também é outro jogo aterrorizante da linha oriental. E como não lembrar da excelente exclusividade do Xbox 360, Alan Wake?

Em Alan Wake, nem Jesus: só a luz pode te salvar
Alan é um escritor bem sucedido que decide sair em férias com a esposa em busca de inspiração para quebrar um período de 2 anos sem qualquer produção artística. O personagem, tal como Stephen King, é escritor de suspense e terror e o seu objeto acaba tomando conta da sua momentânea realidade de descanso, quando sua mulher é raptada por entidades sombrias. Um jogo muito, mas muito escuro, que conta com sons de ventanias, vozes de além-túmulo e uma simples lanterna como grande utensílio de sobrevivência: a luz é a verdadeira salvação. Encontrar um foco de luz em um poste no meio de uma trilha em mata fechada é a melhor definição de alívio que o jogador pode sentir. Além disso, o game é estruturado em capítulos, tal como um seriado de TV, criando uma relação de audiência autêntica e digna das melhores críticas dos especialistas.

Em Dead Rising, shopping é ponto de encontro dos zumbis
Em plena temporada de Walking Dead, o tema zumbi retorna à baila. Os jogos dedicados ao assunto, e os filmes derivados, não deixam dúvida sobre a aprovação e o gosto popular. Mas afinal de contas, o que querem os americanos com a fórmula dos mortos-vivos? Punição divina, processo natural ou organismos artificialmente produzidos em laboratório? Você sabia que o governo americano vem preparando e instruindo as pessoas sobre como sobreviver a um ataque de zumbis através do CDC (Center for Disease Control and Prevention)? Dos games de zumbi, termino com Dead Rising que extrapola criticamente as representações dos monstros em confronto dentro de um shopping center. A vida dos mortos que ainda se acham vivos é se servirem de objetos, de coisas, de relações de consumo, de uma fúria canibal que lhes toma a consciência a ponto de se digladiarem sempre em busca da matéria. Na barbárie vale tudo: espadas de brinquedo, guitarras, cortadores de grama e tacos de beisebol, pois já somos uma sociedade de zumbis genuínos, eternamente insatisfeitos com os cérebros já decompostos de uma obsolescência perene.



A inesquecível introdução cinematográfica do primeiro game da série Resident Evil
 
 

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