terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Entre espadas, discos e fatos

Confraternizações, contagens regressivas, pirotecnias e novas tecnologias. Até parece que 2010 foi ontém. Aliás, nossa última publicação data de dezembro do ano passado e janeiro já era, apesar de 2011 estar só começando. Ainda entregando relatórios, revisando e finalizando trabalhos, digamos que o recesso da pós-graduação conseguiu agregar um novo sentido ao termo ‘férias’. Mas mesmo diante da labuta, sempre aparece um tempinho para atualizar alguns jogos, filmes e livros.

O credo do matador

Assassin’s Creed 2 era um título que ainda não havia desfrutado. Lembro de um professor de inglês, americano, que sempre repetia no intervalo das aulas: “Man, Assassin’s Creed is amazing. Oh, dude! You have to play that game”. E era verdade. Desculpem-me os reacionários, mas o jogo é uma obra de arte. Depois do criticado Assassin’s Creed e seu sistema de missões repetitivo, o penúltimo título (estou atrasado, pois o mais novo é o Brotherhood) veio para agradar gregos, troianos e a memória dos antigos italianos.

Ezio em ação em Assassin's Creed
O jogo se passa entre os anos de 1476 a 1499, em cidades como Veneza e Florença e o jogador encarna o assassino Ezio, da família Auditore de Firenze. Apesar de levarmos o nome de assassino com o avatar, o trespassar da espada em Assassin’s Creed 2 não é um ato gratuito: já nas primeiras missões do jogo o pai de Ezio e seus irmãos são levados ao cadafalso e começa uma jornada de vingança e de reconciliação de Ezio com um passado familiar até então desconhecido.

Mas o enredo é só um dos inúmeros detalhes do título, que conta com uma complexa representação da arquitetura das cidades (prédios, catedrais, praças públicas); reprodução e contextualização de obras de arte do período Renascentista e personagens históricos como Leonardo da Vinci, Catarina Sforza, Lorenzo de’ Medici e Rodrigo Bórgia.

Tron: jogar não é preciso

Tron Evolution
Um filme deslumbrante, ao menos visualmente, não poderia ganhar um jogo tão minimalista. Tron Evolution foi concebido para ser jogado antes do filme, pois podemos dizer que alguns eventos precedem os acontecimentos de Tron Legacy. A dinâmica dos movimentos velozes do filme foi bem implementada no jogo, mas a transição de alguns golpes e o arremessar do disco deixam a desejar na tela. A moto de luz marcou presença, assim como o tanque, porém ambos são difíceis de controlar, comprometendo a diversão. Talvez o enredo, que acompanha a lógica do filme, tenha ficado um pouco equilibrado.

O que não podemos deixar de mencionar é a mecânica de jogo, típica dos mais recentes Prince of Persia. Em alguns momentos, os estágios se tornam bastante repetitivos, com algumas sequências de pulos em plataformas e obstáculos e, em seguida, enfrentamento de oponentes. Repita essa fórmula ad infinitum e a semelhança com outros jogos do gênero se tornará cada vez mais evidente.

Na dúvida, veja um filme como A rede social e se descubra velho diante de jovens com ideias simples e eficientes que se tornaram milionários da noite pro dia. Depois do filme, lembre da situação no Egito e leia livros-reportagem como 101 dias em Bagdá, da jornalista Asne Seierstad. É interessante pensarmos que as injustiças e os conluios políticos que perpassam o enredo de Assassin’s Creed 2 são tão reais quanto as conspirações da  conhecida diplomacia americana, que se mostra defensora de princípios democráticos e, no entanto, apoia  um presidente odiado pelo povo. Mas nesse jogo de faz de conta diplomático, o american dream já é página virada de um Bukowski ansioso pela vida como ela é.

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