sábado, 11 de dezembro de 2010

Os games e suas histórias

Tennis for Two

Quem já nasceu imerso na era digital nem acredita que os videogames possuem mais de 50 anos de vida. Muitas crianças e adolescentes nem chegaram a ter contato com os fabulosos jogos das décadas de 80, sucessos que marcaram toda uma geração de gamers veteranos. Mas, afinal: o que queriam (e o que querem) os games?

A bomba atômica e o primeiro videogame

Willy Higinbotham
Várias discussões e debates entre os historiadores levaram a uma conclusão de que o primeiro vídeo-jogo conhecido na história data de 1958 e foi criado pelo físico Willy Higinbotham. Willy trabalhava no Brookhaven National Laboratories, em Nova Iorque, onde criou um simples jogo de tênis, que aparecia num osciloscópio e era processado por um computador analógico. A intenção do físico era entreter as pessoas que frequentavam o laboratório a fim de conhecer as armas nucleares americanas em plena Guerra Fria.

O jogo recebeu o nome de Tennis Programming e Tennis for Two, tendo sido aprimorado e adaptado para telas catódicas. No entanto, Willy Higinbotham subestimou a própria criação e acabou não patenteando o jogo. O físico morreu em 1995 e, ao invés de ser lembrado como alguém que contribuiu para o surgimento do primeiro videogame, entrou para a história apenas como um grande colaborador à invenção da bomba atômica.

Entre mortos e feridos, nasce a patente

Stephen Russel jogando Space War!
O site do MIT (Massachusetts Institute of Technology) aponta o jogo Space War! como sendo o primeiro jogo em vídeo popularmente conhecido. Martin Graetz, Stephen Russell e Wayne Wiitanen foram os responsáveis pela criação do jogo em 1961, mas sua primeira versão rodou apenas em 1962 num computador DEC PDP-1. Stephen Russell, portanto, foi o segundo programador a criar um jogo eletrônico em vídeo.

A intenção dos inventores era a mesma de Higinbotham: descontrair o público que visitava o MIT para conhecer um computador sisudo, bruto e, consequentemente, tedioso. O jogo cativava as pessoas e chamava a atenção delas para o mundo da informática, naquela época ainda muito ligado a cálculos numéricos em cartões perfurados. Space War! conseguia emular a física real através de algoritmos que conferiam sensações de aceleração e gravidade, próprias de uma batalha interestelar ainda embrionária.
Ralph Baer

Mas foi um alemão quem entrou para o mundo dos games como o “pai dos consoles”. Ralph Baer sai da Alemanha em 1938, indo morar nos Estados Unidos. Os EUA entram na guerra em 1939 e Baer é obrigado a voltar à Alemanha para trabalhar no serviço de inteligência. Escapa com vida de uma guerra e entra de cabeça em outra: forma-se em engenharia eletrônica, chegando a patentear diversas invencionices na área. De empresa a empresa, chega em 1966 à Sander Associates, quando decide criar uma máquina pronta para processar jogos eletrônicos e exibi-los nas TVs. Ralph esboça o Chasing Game, espécie de jogo de ping-pong, patenteia a ideia em 1968 e apresenta o Brown Box, um videogame com jogos de futebol, voleibol e tiro. Empresas americanas como RCA, Zenith e General Electric tomaram ciência do invento, mas foi a Magnavox (afiliada da Philips) que lançou no mercado o Odyssey 100, primeiro console da história dos videogames.


Box do Odyssey 100

Porém, esse foi só o começo de uma guerra que ainda traria muitas dores de cabeça para alguns e incomensuráveis prazeres para milhões. A patente de Ralph Baer foi a chave para o legado eletrônico de uma linguagem midiática em constante mutação, a qual até hoje não conseguimos cercar de forma a descobrir todos os seus segredos e fechar com 100% em todas as fases.

Nenhum comentário:

Postar um comentário